O candidato à prefeitura de Camaçari, Flávio Matos (União Brasil), registrou ontem, quinta-feira (10) um boletim de ocorrência na sede da Polícia Federal, em Salvador, denunciando um episódio de suposta intimidação por parte da Polícia Militar da Bahia. Matos, acompanhado de sua equipe jurídica, relatou que uma viatura com três policiais foi à sua residência, localizada no bairro Alto da Cruz, sem a apresentação de qualquer mandado judicial.
Segundo o candidato, os policiais alegaram estar investigando uma denúncia de compra de votos, mas, sem qualquer autorização formal, exigiram acesso a documentos e anotações da campanha. A atendente presente no local teria sido coagida a colaborar com a abordagem, o que Matos classificou como uma tentativa de intimidação política. “Isso tem que acabar. Onde isso vai parar? As comunidades estão sendo oprimidas, as pessoas não conseguem expressar livremente seu direito ao voto”, criticou o candidato.
Matos também acusou diretamente seu adversário, Luiz Caetano (PT), de utilizar o “aparato do Estado” para intimidar seus apoiadores e eleitores. Ele destacou que, durante a campanha, há relatos de pessoas sendo impedidas de demonstrar apoio à sua candidatura, incluindo situações em que mulheres foram obrigadas a retirar camisetas com seu número de campanha em áreas públicas.
O candidato do União Brasil solicitou um posicionamento oficial do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, sobre o que classificou como interferência estatal no processo eleitoral em Camaçari. “Exigimos respeito e uma resposta do governador. Ele não pode ficar omisso enquanto essas situações acontecem. Precisamos de garantias de que o processo eleitoral seja justo e livre de coações”, afirmou Matos.
A denúncia acontece em um momento sensível, a poucos dias das eleições municipais, e aumenta as tensões entre os candidatos. Até o momento, nem a Polícia Militar nem o governo estadual se pronunciaram sobre o episódio relatado por Flávio Matos.
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