O Brasil assumiu a presidência temporária do Mercosul na reunião que acontece nesta terça-feira, 4, em Puerto Iguazú, na Argentina. Buscando retomar uma agenda de integração regional, o país terá inúmeros desafios no comando do bloco, sendo o maior deles a conclusão do acordo com a União Europeia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará da reunião, onde os membros do Mercosul planejam apresentar uma contraproposta à UE.
O ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, afirmou em seu discurso na Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) na segunda-feira, 3, que os países membros do bloco vão apresentar, dentro de poucos dias, uma contraproposta para a União Europeia sobre o acordo birregional entre os dois blocos. O objetivo é alcançar acordos comerciais que sejam benéficos para todos, além de preservar a capacidade do Estado de proteger os mais vulneráveis, algo que se mostrou vital durante a pandemia.
No entanto, a última proposta da União Europeia sobre o acordo foi considerada inaceitável pelo presidente Lula. Ele afirmou que o bloco precisa abandonar o protecionismo de seus mercados para que a negociação possa avançar. O Brasil buscará elaborar uma contraproposta que atenda aos interesses do Mercosul.
Além da questão com a União Europeia, o Mercosul enfrentará debates sobre um possível acordo com a China. Nos últimos meses, o Uruguai se aproximou do país asiático, cogitando até mesmo um acordo bilateral de livre comércio. No entanto, isso seria incompatível com a presença uruguaia no Mercosul. O presidente Lula mencionou a possibilidade de negociações futuras com a China, além de revisar e avançar nos acordos em negociação com Canadá, Coreia do Sul, Cingapura e explorar novas frentes de negociação com parceiros como Indonésia, Vietnã, América Central e Caribe.
Durante a presidência Pro Tempore do Brasil, outros acordos também estarão em destaque. Um deles é com o EFTA, que reúne países europeus que não fazem parte da União Europeia, como Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. Esse acordo está em fase avançada, embora ainda existam pendências a serem resolvidas. Além disso, o acordo com Cingapura, que começou a ser negociado em 2018, está em considerável grau de avanço, assim como outros acordos com o Canadá, Indonésia e Vietnã, que podem progredir sob a gestão brasileira.
Presidência do Mercosul
Com desafios e oportunidades pela frente, o Brasil assume a liderança do Mercosul em busca de uma maior integração regional e o fortalecimento das relações comerciais com parceiros internacionais. A conclusão do acordo com a União Europeia será o principal ponto de atenção, enquanto debates sobre a China e outros acordos comerciais estarão em pauta durante a gestão brasileira.