Independência da Bahia é comemorada em sessão no Congresso Nacional

Em uma sessão solene realizada no Congresso Nacional nesta quarta-feira (5), foi comemorado o bicentenário da Independência da Bahia. A data, conhecida como Independência do Brasil na Bahia, celebra a expulsão do exército português ocorrida em 1823, após batalhas que se estenderam por mais de um ano. Embora o dia 7 de setembro de 1822 seja considerado um dado oficial da Independência do Brasil, os confrontos contra as tropas lusitanas continuaram em todo o território nacional.

A homenagem foi realizada a pedido dos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (AP), e dos deputados Bacelar (PV-BA), Alice Portugal (PCdoB-BA), Lídice da Mata (PSB-BA) e Rogéria Santos (Republicanos-BA). Segundo Wagner, que presidiu a uma sessão, a atuação do povo baiano foi inspirado pelos ideais revolucionários que permearam os séculos 18 e 19.

Ele destacou que a resistência na Bahia foi impulsionada pelas ideias progressistas da época, que defendiam a autonomia política, a república, o fim da escravidão e dos privilégios biológicos e psicológicos. Wagner citou a obra “1822”, do escritor Laurentino Gomes, que afirma que a unidade nacional só foi possível devido à resistência baiana. Ele destacou que, sem a vitória do 2 de julho, o território brasileiro provavelmente teria sido dividido em duas partes.

Autoridades ressaltam a valorização da cultura e a inclusão da história do povo negro e das mulheres como pilares na independência da Bahia

Durante uma sessão, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a importância da cultura na preservação da memória histórica e na garantia da democracia. Ela destacou que a verdadeira independência está na valorização do que é nosso e na defesa diária das conquistas alcançadas. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, afirmou a necessidade de incluir a história do povo negro e das mulheres nos livros escolares, afirmando o protagonismo do povo baiano nas lutas pela independência.

A deputada Lídice da Mata contextualizou eventos importantes que levaram às batalhas na Bahia, destacando a necessidade de reconstrução histórica aos negros, que compunham grande parte dos combatentes. Ela afirmou que a participação dos negros escravos nas lutas pela independência estava associada à promessa da abolição da escravatura, que só foi concretizada 65 anos depois, deixando uma marca profunda de miséria e pobreza no país.

A sessão solene contorna ainda com apresentações musicais, incluindo o hino baiano e a música “Hino do Senhor do Bonfim”, interpretada por Margareth Menezes e acompanhada pela Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira.

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